A Associação de Moradores do Bairro Chic (Amobac), promoveu o “I Encontro de Segurança Pública do Bairro Chic, Fonseca e Adjacências”. O evento foi realizado na Legião da Boa Vontade (LBV), situada na Alameda São Boaventura, 474, no Fonseca. Estavam presentes o comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar, acompanhado de seu alto-comando, representantes da Secretaria Municipal de Segurança e Controle Urbano e da Nittrans, além de vereadores da cidade.
A reunião foi pautada por reclamações dos moradores e comerciantes do bairro que citaram o aumento de assaltos e outros delitos na região. O comandante do 12º BPM, tenente – coronel Paulo Henrique Moraes, que abriu os debates, rebateu, argumentando que os números que ele tem não mostram elevação. “O que pode estar havendo é subnotificação. Para que um crime seja investigado pela polícia civil ou para que a polícia perceba a frequência de crimes em determinada região, é preciso que haja denúncia, com registros na delegacia policial”, frisou.
Paulo Henrique revelou que pretende implantar pontos eletrônicos no bairro, a exemplo dos já colocados na Região Oceânica. Ele estuda ainda a instalação de câmeras de segurança em pontos estratégicos do Fonseca, para ajudar a reduzir os índices de criminalidade naquela região. De imediato, ele irá criar uma versão do programa Vizinhança Integrada com a Polícia (VIP) no bairro. Através dessa ação, moradores terão contato direto com a sede da 2ª Cia – responsável pelo policiamento na região – através de um aparelho celular e poderão avisar sobre a ocorrência de delitos, dando agilidade ao atendimento.
Convidado para a reunião pela direção da Associação de Moradores do Bairro Chic (Amobac), o vereador José Antonio Fernandez, o Zaff, frisou que o poder municipal e a população tem obrigações em relação à segurança pública e que a mesma não pode ficar afeta apenas ao Estado, através das polícias militar e civil.
“Como presidente da Comissão Permanente de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade na Câmara Municipal de Niterói aprendi, nas sucessivas reuniões que faço, que a troca de ideias, de forma democrática, é o atalho para o bem comum. A questão da segurança nos bairros remete para um problema pessoal, pois a maioria das vítimas de certa forma conhece os criminosos, que podem ser até filhos de seus vizinhos. Por isso a dificuldade em denunciar, pois têm medo de se indispor ou sofrer retaliação. Penso que a segurança pública não só passa pelo Estado e por suas polícias. A Prefeitura e a população também têm sua parcela de contribuição para que os níveis de violência sejam baixados. Como exemplo, acho que a secretaria de Segurança e Controle Urbano deveria coibir transgressões às leis urbanísticas, como bares com mesas na calçada e até nas ruas, trailers que funcionam toda a madrugada, o que propiciam desordem, consumo excessivo de álcool, barulho, derivando daí atos criminosos. Essa sensação de impunidade inspira e encoraja para outros delitos. Também cabe ao cidadão ser um auxiliar tanto da Polícia Militar quando da Policia Civil, registrando queixas quando forem vítimas de crimes. Assim, poderá ser feito um estudo sobre local, hora e tipo de crime para posterior trabalho de patrulhamento. Também é fundamental que a população faça trabalho de prevenção ao pressentir atos e atitudes criminosos, bastando para isso, entrar em contato com o 12º Batalhão de Polícia Militar ou a delegacia mais próxima. Ao poder público municipal cabe investir em áreas propícias para o crime. Isso deve ser feito com podas de árvores, manutenção da iluminação pública, incentivo ao esporte e lazer, entre outros eventos que mantenham o local sempre com visibilidade, impedindo, com isto, ações criminosas, disse Zaff.