Aproximadamente, cento e vinte pessoas compareceram à audiência pública ,requerida e presidida pelo vereador Zaff , no dia 23 de julho.
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O motivo do encontro foi promover um debate sobre o desvio de trânsito para ruas do Bairro de Fátima. Para isto, Zaff solicitou a presença da secretária municipal de Serviços Públicos, Trânsito e Transportes, Dayse Monassa a fim que desse mais explicações sobre as intervenções que seriam feitas no trânsito.
Zaff (PDT) explicou que a audiência pública foi pedida devido ao desagrado geral que a notícia sobre o desvio do tráfego da Marquês de Paraná para ruas do bairro causou. Para ele, uma explicação vinda do poder executivo aos interessados se fazia essencial.
A grande faixa de protesto estendida nas galerias da Câmara Municipal de Niterói, antes mesmo de a sessão ser aberta, já deixava claro o descontentamento dos presentes. Nela estava escrito que as estreitas ruas do bairro não comportariam o grande fluxo de veículos e que a mudança planejada pela prefeitura não poderia acontecer.
Inicialmente, Dayse Monassa fez apresentação de slides-show (com animação) de como seria a circulação de carros e ônibus no local. Contudo, a explicação dada pela secretária não convenceu aos que lotavam o plenário.
Várias pessoas que foram se manifestar ao microfone deixaram claro que mesmo com a alteração do projeto, que antes previa a circulação de 17 linhas de ônibus no local, para apenas carros de passeio e veículos leves, a mudança só traria aborrecimento aos que residem no local, com o agravante que não melhoraria em nada o trânsito. A moradora Andréa alegou que a prefeitura estava fazendo apenas uma “gambiarra” e não levava em consideração os apelos da comunidade.
O padre João Cláudio apontou razões pelas quais o projeto estaria fadado ao fracasso. A secretária insistiu que estudos técnicos foram feitos e apontavam que seria benéfico ao trânsito.
A partir deste ponto a discussão ficou tensa. O argumento geral era que a representante da prefeitura não estava disposta a ouvir sugestões, e sim, impor o projeto aos moradores do Bairro. Até mesmo dados do estudo elaborado pela equipe técnica da prefeitura foram questionados:
“A Rubem Braga tem seis metros e a previsão é de que trafeguem, por hora, 360 carros, média de seis veículos por minuto”, enfatizou a secretária.
A afirmativa foi rebatida por uma moradora não-identificada, que recebeu apoio dos demais:
“Nem tem como só passarem seis automóveis a cada minuto ali. Não dá para acreditar nisso”.
A moradora Sandra, que mora no Bairro de Fátima há 55 anos, agradeceu a Zaff o apoio e ressaltou que foi o único vereador de Niterói, dentre todos os procurados, a se interessar pela causa da comunidade. “Zaff foi o único que se propôs a nos ajudar.” Sandra disse que apesar de não ter estudos técnicos podia afirmar que conhecia melhor a estrutura e as necessidades do bairro do que a equipe da prefeitura.
Entre os moradores do bairro, a revolta pelas mudanças do perfil familiar das ruas Rubem Braga, Gustavo Lyra e Andrade Pinto fez parte de vários discursos.
A audiência começou 18h e por volta das 22:15h, próximo o fim do encontro, muitos dos presentes já se retiravam inconformados com a falta de flexibilidade do poder executivo.